quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

"O bracelete"

Nestas últimas férias li um livro em que a heroína ganhava de presente uma caixa de cedro vinda do Ceilão.
Minha memória me levou, então, a um momento de minha vida em que de vestido, meias três quartos e sapato boneca fui ao Aeroporto de Congonhas com meu irmão e meus avós buscar meus pais que chegavam de uma viagem ao Oriente.
Naquela época somente uma parede de vidro nos separava dos viajantes que aguardavam a liberação da Alfândega. Depois de horas de espera, quando finalmente apareceu através dos vidros, meu pai sabendo de minha curiosidade em ver as surpresas que trazia nas malas, rabiscou alguma coisa no verso da passagem e grudou no vidro para que minha avó lesse para mim: "bracelete de ouro antigo feito à mão por escravos". Meu coração disparou: não tinha a mínima idéia do que fosse bracelete. E como poderia imaginar este lugar onde havia escravos e outros horrores!
Durante a longa ausência de meus pais muitas cartas chegavam e era uma corrida só até o escritório, onde ficava o Atlas, para que pudéssemos percorrê-lo com os dedos e descobrir, pouco a pouco, através das descrições de minha mãe, aqueles lugares tão exóticos para nós: Tailândia, Havaí e Japão. Para aplacar minhas saudades minha avó preparava bolos, pasteis, doce de leite de colher. E o assunto na casa era só um: o que fazer para o almoço de chegada dos viajantes:
Arroz e feijão, uns diziam, claro. Com lombo e farofa, outros completavam. Havia a turma que defendia a feijoada com paixão e entre um bolinho de chuva e outro a discussão ia ficando acalorada. O que fazia, sem dúvida nenhuma, o tempo passar mais rápido.
Finalmente, entre mil abraços no saguão do Aeroporto fiz a pergunta que estava me atormentando: O que é um bracelete ? Pulseira, meu pai falou. E onde é este lugar tão longe que até tem escravos? Não, adiantou-se minha mãe, este lugar não existe mais, o bracelete foi feito muito, muito antigamente. Ufa! E o abraço ficou mais apertado .
Tempos muito diferentes aqueles em que heroínas de livro ganhavam caixas de cedro vindas do Ceilão e garotas recebiam cartas com selo e tudo e braceletes de ouro feitos por antigos, muito antigos escravos.




Bolinhos de chuva recheados de chocolate, coulis de frutas vermelhas


4 pessoas


Ingredientes :


Para os bolinhos :


1 xícara de chá de farinha de trigo peneirada

1 ovo;

½ xícara de chá de açúcar

1 colher de chá de fermento em pó

3 colheres de sopa de leite

Algumas gotas de essência de baunilha

Pitada de sal

180 g de chocolate ao leite em barra

Óleo para fritura

Para coulis :


1 xícara de framboesas

1 xícara de blueberries (mirtilos )

1 xícara de morangos

1 colher de sopa de açúcar

Sorvete de chocolate

Frutas vermelhas para decoração

Preparo :


Para os bolinhos: Misture todos os ingredientes da massa e leve-a descansar na geladeira por ½ hora. Com a ajuda de colheres de sopa faça as bolinhas e coloque no meio um cubinho de chocolate. Frite-as em óleo .


Para o coulis : Bata no liquidificador as frutas com açúcar . Evite adicionar água.