quinta-feira, 17 de julho de 2008

Istambul – Bazar das Especiarias

Assim que desci do carro, eu pude ver à minha esquerda a Mesquita Nova e escutar o Cântico de chamada aos fieis para a oração do sol a pino. Na praça crianças brincavam com os pombos, vendedores ambulantes gritavam suas mercadorias, homens apressados saiam da estação de Metro e mulheres cobertas de preto davam um tom melancólico àquela cena tão cheia de cores. O sol estonteante atingia todos como a dizer: protejam-se.
O Bazar de Especiarias não é bonito por fora: arcadas em um edifício de pedras com propagandas da Coca-Cola e de sorvete Álgida. Ao longo dos séculos ele foi se adaptando aos modismos da época. Bom sinal: é um sobrevivente de primeira!
Foi quando passei pela porta principal que aconteceu a magia. O perfume de uma infinidade de especiarias veio ao meu encontro como um bom soco no nariz. Cheiro doce, quente e apimentado. Os meus olhos demoraram um pouco para se acostumar à pouca luminosidade, mas o frescor das paredes de pedra foi sentido imediatamente como um abraço de boas vindas.
Nas bancas o colorido do cominho, açafrão da terra, curry, canela, cravo da Índia, pistache e pimentas de todos os tipos. Figos secos, castanhas, amêndoas, tâmaras, pimentões secos, berinjelas desidratadas. Fiquei fascinada pelas cores, hipnotizada pelos cheiros.
Nas lojas tomei chá de maça e experimentei de tudo um pouco. A cortesia é o segredo deste povo comerciante desde sempre.
Ao sair do mercado percebi que meu mundo tinha ficado maior, mais largo. O Bazar que vi foi muito além do Bazar que imaginei.